terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Acabou a pilha: E agora?

No fim do ano passado, eu e Cesar Pinheiro comecamos a conversar mais assiduamente sobre Magé.

Destes papos, surgiu a idéia de criar conteúdo crítico sobre a nossa cidade, pois, como eu demonstrei no primeiro post , pouco (e mal) se sabe sobre Magé, o que é um absurdo em tempos de sociedade da informacão.

Aproveitando os recursos tecnológicos, nos unimos e desenvolvemos a idéia de uma rede de blogs.

Divulgamos aqui e ali, convidamos outras pessoas e a coisa pareceu que iria andar bem. Um acontecimento deu ainda mais ímpeto para que participassem.

O caso de corrupcão mais badalado de Janeiro veio a tona, em todo o Estado do Rio: Os maus Cozzolinos (tem mta gente de bem na família, não generalizem) estavam nas páginas policiais (de novo) acusados de desvio de verba pública (roubo em massa).

Pronto. O ingrediente que faltava. No entanto, ao invés de criar reflexão e debate, os eventos mostraram a triste ambiguidade da nossa sociedade: o "dedo-de-seta" e o "foda-se".

Dedo-de-seta é expressão usada pelo falecido cantor Bezerra da Silva ao falar dos traidores (X9) que denunciam os parceiros do tráfico de drogas. No caso de Magé, quando o lado podre dos Cozzolinos veio a tona, muitos vieram apontar a família como responsável por todos os males de nossa cidade. Nas manifestacões (que viraram notícia inclusive na TV), cidadãos revoltados gritavam "Fora Núbia".

O problema é que entre alguns de revolta genuína haviam muitos paus-mandados de outros partidos (PT, PSDB), que estão doidos para ocupar o lugar no poder e enriquecer da mesma maneira que os que estão por lá hj. Aí, daqui há alguns meses, gritarão: "Narriman!", "Fulano", "Ciclano", etc. e tudo continuará da mesma forma depois das próximas eleicões:

Parte do povo esperando que seu messias eleito resolva, e outra parte doida pra ele fazer merda para poder cair de pau e dizer que o outro era muito melhor.

Do outro lado, a galera do "foda-se", cansada de tanta mutreta, prefere não fazer nada. "Nada vai mudar mesmo", "tô fora de manifestacão", etc. são os argumentos mais comuns. Lava-se as mãos como se não fizessem parte do mesmo mundo.

No meio destas duas posturas, as discussões na Rede Mageense de Blogs no Orkut nunca saíram da estaca zero, e quando saíam, o "dedo-de-setismo" e o "fodacismo" forçavam a volta na pauta. Os blogueiros em si parecem ter desanimado e aos poucos, a pilha inicial foi acabando, e hoje parece morta. Logo, resta saber: O que fazer?

Eu e Cesar concordamos em uma coisa. Mesmo que sejamos nós dois, nós continuaremos com nossa idéia inicial: criar conteúdo crítico na Internet (é o que posso fazer pela distância que estou da terrinha) e tentar mobilizar pequenos grupos (sobretudo Cesar, que está lá) para agir, mover-se diante do caos em que nos encontramos por lá.

Se vai dar resultado, no sentido de mudar o rumo da história mageense, eu não sei. Mas aprendi que pra mudar um mundo, temos que ir aos poucos, com cautela, devagar e sempre.

O que não dá é ficar esperando e vendo as coisas indo por água acima, alagando sonhos e esperan
ças de que um dia tenhamos uma cidade desenvolvida e melhor para se viver.