Nada sobre Magé é mais complicado do que seu cenário político. A estrutura é bem simples, como em todos os municípios do país. Em eleicões democráticas, elegem-se vereadores e um prefeito. Uma das funcões dos primeiros é fiscalizar o segundo, além de criar e votar leis e projetos que beneficiem a cidade. A principal funcão do prefeito é "zelar pelo bem estar dos cidadãos de seu município", como diz o site do Brasil Escola. Mas lá na minha terra, as coisas não são assim tão simples...
Sendo bem direto, Magé é uma democracia feudal. Esse termo ainda não existe na literatura política oficial. É um conceito estranho, ambíguo e não faz sentido. Será que não? Vamos ver.
A gente sabe o que era um feudo. Um grande espaco dado por reis a um dono: o senhor feudal. Os camponeses cuidavam da terra em troca de moradia e protecão, além disso, pagavam altas taxas. Numa democracia representativa, como a nossa, as coisas são bem diferentes. O povo participa da política através do voto. Eles escolhem seus representantes para que o melhor seja feito em benefício daqueles cidadãos, daquela sociedade. Como podem conceitos tão distintos serem combinados como eu fiz acima?
Há tempos a política mageense vem sendo ditada por interesses particulares. Famílias e empresários cheios de dinheiro brigam (e feio!!) pelo principal cargo político da cidade: a prefeitura. Aquele que é eleito, transforma a cidade em seu próprio feudo. A primeira acão é mudar as cores da cidade. Depois, faz obras e mudancas para marcar seu território. Ao povo, como aos camponeses, resta pagar os impostos, pois seus representantes, os vereadores, preferem manter uma relacão de amor e ódio com o (a) Senhor(a). Ou são aliados (e as vezes recebem dinheiro para aprovar projetos) ou inimigos mortais (um ou outro, que ficam de picuinha e não buscam os benefícios da sociedade). Nos últimos três mandatos, a história foi a mesma.
Em 1996, Nelson Costa Mello foi eleito prefeito da cidade. Sua família é conhecida como "do Posto". Ele havia sido prefeito de Guapimirim anteriormente, e seu governo chamou a atencão dos mageenses. Em Magé, ele tentou as mesmas coisas. Trocou pavimentos de ruas e calcadas, deu banho de tinta na cidade com sua cor favorita- vermelho. Reformou a Praca da Prefeitura, deu uma geral no centro de Piabetá, maior distrito mageense que estava abandonado. Distribuiu bolas e brinquedos para a criancada. Trouxe vários artistas populares nacionais para seus "showmícios", criou o Nelsódromo - último suspiro do carnaval da cidade. Mas apesar disso tudo, não foi reeleito. Fez tanta obra-propaganda que esqueceu do bem-estar principalmente das periferias pobres.
Pensando nisso, José Camilo Zito, super-prefeito de Duque de Caxias, viu a oportunidade de ampliar seus domínios. Colocou sua mulher, Narriman Zito, para disputar as eleicões mageenses. As opiniões eram: "se Zito transformou Caxias, ele [não Narriman] vai transformar Magé". Em 2000, ela foi eleita. Ela teve o apoio de última hora do forte candidato desistente Deladier (Dié) Garcia Mello, rico empresário local apoiado pelos (muitos) membros da igreja católica. Os também bem votados Nelson do Posto e Núbia Cozzolino se preocuparam mais com ofensas pessoais entre si do que com a candidata "de fora" e perderam. Nos seus quatro anos, Narriman asfaltou ruas, pintou tudo que era vermelho de azul e amarelo (cores do partido), inclusive nos distritos periféricos abandonados de outrora. No entanto, apesar de ter criado muitos empregos municipais, deixou a desejar com o pagamento do funcionarismo público da cidade. Ou seja, não foi reeleita.
Do Postos e Cozzolinos, até então inimigos mortais, viram que Narriman tinha a força abalada. Da noite para o dia, viraram aliados. Nelson voltou para Guapimirim, mas deixou sua sobrinha, Renata do Posto, em Magé, para disputar a prefeitura com a nova aliada. "Mageense vota em Mageense", gritavam juntas nos comícios. O candidato do centro de Magé, Lourival, teve ampla votação, principalmente pelo apoio dos membros da Igreja Católica. Narriman tentou persuadi-lo a abandonar o barco, como fez Dié. Mas ele não deu o braço a torcer. Assim, não conseguiram fazer com que Núbia e Renata perdessem o favoritismo.
Estamos caminhando para a segunda metade do mandato de Núbia. Dizem que a aliança com os Do Posto perdeu a força depois do primeiro dia de governo. As ações da prefeita são as mesmas dos outros: obras-propaganda em pontos visíveis da cidade (como as escolas-modelo), asfalto e manilhas em bairros até então abandonados, banhos de tinta nos hospitais, etc. etc. etc.
Logo, os senhores feudais mudam, mas as políticas continuam as mesmas. Ainda tem a questão da violência política e o alto índice de corrupção e crimes eleitorais na cidade. Mas isso fica para outro post.
Sendo bem direto, Magé é uma democracia feudal. Esse termo ainda não existe na literatura política oficial. É um conceito estranho, ambíguo e não faz sentido. Será que não? Vamos ver.
A gente sabe o que era um feudo. Um grande espaco dado por reis a um dono: o senhor feudal. Os camponeses cuidavam da terra em troca de moradia e protecão, além disso, pagavam altas taxas. Numa democracia representativa, como a nossa, as coisas são bem diferentes. O povo participa da política através do voto. Eles escolhem seus representantes para que o melhor seja feito em benefício daqueles cidadãos, daquela sociedade. Como podem conceitos tão distintos serem combinados como eu fiz acima?
Há tempos a política mageense vem sendo ditada por interesses particulares. Famílias e empresários cheios de dinheiro brigam (e feio!!) pelo principal cargo político da cidade: a prefeitura. Aquele que é eleito, transforma a cidade em seu próprio feudo. A primeira acão é mudar as cores da cidade. Depois, faz obras e mudancas para marcar seu território. Ao povo, como aos camponeses, resta pagar os impostos, pois seus representantes, os vereadores, preferem manter uma relacão de amor e ódio com o (a) Senhor(a). Ou são aliados (e as vezes recebem dinheiro para aprovar projetos) ou inimigos mortais (um ou outro, que ficam de picuinha e não buscam os benefícios da sociedade). Nos últimos três mandatos, a história foi a mesma.
Em 1996, Nelson Costa Mello foi eleito prefeito da cidade. Sua família é conhecida como "do Posto". Ele havia sido prefeito de Guapimirim anteriormente, e seu governo chamou a atencão dos mageenses. Em Magé, ele tentou as mesmas coisas. Trocou pavimentos de ruas e calcadas, deu banho de tinta na cidade com sua cor favorita- vermelho. Reformou a Praca da Prefeitura, deu uma geral no centro de Piabetá, maior distrito mageense que estava abandonado. Distribuiu bolas e brinquedos para a criancada. Trouxe vários artistas populares nacionais para seus "showmícios", criou o Nelsódromo - último suspiro do carnaval da cidade. Mas apesar disso tudo, não foi reeleito. Fez tanta obra-propaganda que esqueceu do bem-estar principalmente das periferias pobres.
Pensando nisso, José Camilo Zito, super-prefeito de Duque de Caxias, viu a oportunidade de ampliar seus domínios. Colocou sua mulher, Narriman Zito, para disputar as eleicões mageenses. As opiniões eram: "se Zito transformou Caxias, ele [não Narriman] vai transformar Magé". Em 2000, ela foi eleita. Ela teve o apoio de última hora do forte candidato desistente Deladier (Dié) Garcia Mello, rico empresário local apoiado pelos (muitos) membros da igreja católica. Os também bem votados Nelson do Posto e Núbia Cozzolino se preocuparam mais com ofensas pessoais entre si do que com a candidata "de fora" e perderam. Nos seus quatro anos, Narriman asfaltou ruas, pintou tudo que era vermelho de azul e amarelo (cores do partido), inclusive nos distritos periféricos abandonados de outrora. No entanto, apesar de ter criado muitos empregos municipais, deixou a desejar com o pagamento do funcionarismo público da cidade. Ou seja, não foi reeleita.
Do Postos e Cozzolinos, até então inimigos mortais, viram que Narriman tinha a força abalada. Da noite para o dia, viraram aliados. Nelson voltou para Guapimirim, mas deixou sua sobrinha, Renata do Posto, em Magé, para disputar a prefeitura com a nova aliada. "Mageense vota em Mageense", gritavam juntas nos comícios. O candidato do centro de Magé, Lourival, teve ampla votação, principalmente pelo apoio dos membros da Igreja Católica. Narriman tentou persuadi-lo a abandonar o barco, como fez Dié. Mas ele não deu o braço a torcer. Assim, não conseguiram fazer com que Núbia e Renata perdessem o favoritismo.
Estamos caminhando para a segunda metade do mandato de Núbia. Dizem que a aliança com os Do Posto perdeu a força depois do primeiro dia de governo. As ações da prefeita são as mesmas dos outros: obras-propaganda em pontos visíveis da cidade (como as escolas-modelo), asfalto e manilhas em bairros até então abandonados, banhos de tinta nos hospitais, etc. etc. etc.
Logo, os senhores feudais mudam, mas as políticas continuam as mesmas. Ainda tem a questão da violência política e o alto índice de corrupção e crimes eleitorais na cidade. Mas isso fica para outro post.
15 comentários:
acredito que a núbia vá para seu segundo mandato sim
é triste ver as pessoas do PARANHOS - num sei se vc conhece- vanglorizarem a tal candidata só pq dá pão!!
é isso, Léo.. o POVO brasileiro, às vezes, me dá a impressão que zelam pelo o que é dado a ter uma chance para se sustenar.. Bem.. ao menos a primeira dá menos trabalho... sei lá, viu!!! num tenho tanta esperança que isso possa tomar outro rumo já que as crianças estão tendo como exemplo uma geração inerte não tão somente a política como ao próprio futuro de vida...
sei lá..
tem certas coisas que sou meio radical
Como você bem descreveu em seu primeiro texto, Magé é uma cidade que vive de um passado que não existe mais. As cidades vizinhas crescem e nós ainda pensamos nas fábricas da Imbel, da Estrela ou das tecelagens de Santo Aleixo...
Para "vencer" na vida, pessoas como nós, que não são membros da classe feudal, precisam sair da cidade para obter um futuro diferente maioria da pobre população mageense. É como sempre digo: "quem é bom não fica em Magé".
Um abraço,
Bruno
Parabéns pelo texto. Espero que consigamos mudar essa história com governantes mais dignos e merecedores de nossos votos, fazendo assim nosso povo dar "sorrisos" verdadeiros e, não os artificiais que duram os dias que antecedem uma eleição.
É bom lembrar caro amigo "Baiano" que a Núbia sabe onde atingir... os miseráveis. Compreende-se que essas pessoas trocam sua dignidade por cestas básicas, camisas e mochilas verde, e outras pseudo-benfeitoras.Mas quando se vê setores da falada elite mageense apoiando essa corja temos que analisar onde está o real problema. A Julieta infelizmente está correta, a Núbia tem tudo pra ser reeleita.só nos resta agora é fazer o trabalho de base. Seja nas escolas nos bares, nas comunidades enfim onde for possível atingir pessoas.
Infelizmente Nubia ganhara as proximas eleicoes graças a esse governo assistencialista e tirano. Até quando nós mageenses vamos nos submeter a esses governantes?
Uma correção acho que o erro de Narriman Zito foi justamente o fato dela tratar bem o funcionário público, digo, tratar bem não, nos dá o que nos é de direito, só que ela esqueceu que o q ganha eleição em nosso município e "dá pão" para os pobres, ou seja se ela fosse uma espécie de "Robin Hood" como se posiciona a atual prefeita ela teria ganho.
Acho que o melhor termo seria pelo menos para essa fase política que estamos vivendo chamá-lo de "Coronelismo",onde os situacionista são chamados de ignorantes pelo Coronel, continuam a aplaudi-lo, como se não houvesse verdade maior que a palavra do próprio Coronel, afinal quem foi que deu o maior número de empregos para moradores do munícipio de Magé? Como dizem as camisetas: "mais de 5 mil empregos, eu sou um deles"
E os oposicionistas ficam a assistir perplexos os as ações do Coronel...
Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
("E vendo todas as atrocidades realizadas pela prefeita nos acostumamos a ficar no nossa canto e não fazer nada, afinal somos um povo amistoso")
Bem, recebi um comentário de uma pessoa que prefere não se identificar. Achei interessantíssimo e vou colocar aqui.
Um abraco,
Leo
(...) queria apenas lhe dar uma informação extra sobre o mandato da Srª Zito, pois eu ainda era funcionária concursada nessa época. Bem, longe de mim defender um político, mas queria lhe passar o que ocorreu: ela não deixou a desejar quanto ao pagamento dos funcionários, muito pelo contrário, dos três prefeitos que passaram por aqui enquanto eu trabalhava, foi ela quem deu mais atenção a seriedade do pagamento, era até mesmo conhecida por sempre adiantá-lo, isto é, "pagava dentro do mês", como diziam todos.
O que me recordo é que ela trouxe muitas pessoas de Caxias para trabalhar aqui, o tirou muitos empregos para mageenses. Por isso a maior indignação...
Era visível também a quantidade de serviços e produtos vindos de fora, ao passo que tínhamos condições de fornecimento aqui mesmo dentro do município.
E tantas outras balelas... (...)
Leo, você usou o termo perfeito: "democracia feudal". Pois é exatamente como Magé é. Na verdade acredito que seja um misto disso com a política dos coronéis e do voto de cabresto que existia (existia? no passado?) no Brasil no começo do século passado.
Durante as eleições para o município fui convocada a trabalhar como mesária e nos chegavam notícias ao longo daquele dia que Núbia Cozzolino havia distribuído cestas básicas em alguns locais de Magé. E fazia isso, óbvio, em troca de votos. Aquilo me entristeceu e revoltou muito porque, a cada primeiro de outubro, acredito que as pessoas estarão conscientizadas, que votarão porque acreditam que consideram um determinado candidato melhor, com melhores propostas, que estão fazendo aquilo pelo bem de sua cidade, seu estado, seu país, enfim. Utopista? Talvez! Mas não deixarei de acreditar e tentar fazer com que isso se torne real. Mesmo sabendo do que havia acontecido, ainda acreditava que talvez ela não ganhasse aquela eleição. Mas infelizmente, ao fim do dia, a notícia veio.
Dois anos depois ela conseguiu eleger sua irmã deputada e eu me pergunto quando isso vai parar. Os Cozzolino dominam esta cidade como verdadeiros coronéis. Quando as pessoas perceberão que não se pode viver de migalhas, que os políticos não nos fazem favores ao atenderem nossas necessidades, que eles ocupam seus cargos com esta obrigação.
Espero que sua mensagem, Leo, tenha longo alcance e que ajude a conscientizar muitas pessoas que nós somos capazes de virar o jogo e fazer de Magé um lugar melhor. =)
Olá, Lívia. Obrigado por participar do blog. Fico feliz que tenha gostado do texto, mas é interessante perceber que essa política não é exclusiva dos Cozzolinos, apesar da presenca deles ser mais forte pra vc, pois vc é da região de Piabetá. :) César, o outro blogueiro, escreveu uma resposta-crítica interessante ao post. Dá uma olhada lá:
www.pensandomage.blogspot.com
Um abraco!
O pior de tudo Léo, é que, embora nos autodenominemos República Democrática, o ordenamento hierárquico tem base legal também. Por exemplo, quem tem curso superior possui direito à prisão especial; deputados e senadores tem lá seus privilégios na justiça também. Mas o pior de tudo é que os valores deste sistema hierárquico estão entranhados na nossa cultura. E mudar as leis é infinitamente mais fácil que mudar a visão de mundo das pessoas. Como fazer isso de forma laica? É difícil. Escrevendo blogs como este, quem sabe? Tá sendo um aprendizado pra mim tb. Não tenha a menor dúvida disso. Continuamos na luta camarada. Paz e Bem. Abraço.
Lembrei de uma coisa - sobre como o ordenamento hierárquico também tem base legal: o salário de um juiz. Um juiz ganha, no rio, algo em torno de 15.000 reais se não estou enganado. O que o juiz faz de mais importante que o médico ou que o professor universitário (que estudou mais tempo que o juiz)para merecer este salário. Não existe nada que explique isso. A não ser o seguinte: o sistema hierárquico. Juízes são considerados superiores. Ganham mais por isso. Isso vai ser tema do próximo post. Mas vc tem total razão Léo, valores hierárquicos estão entranhados na nossa cultura - que em boa medida forma a nossa personalidade. Ou seja, tais valores também são de caráter psicológico. É muito mais difícil mudar isso que as leis.
Agora num sei se vc's lembram, mas e a campanha da jane!? ela se apoiou no funk, no seu ídolo-mor, "Pai Moreno" Rômulo Costa, que eu já ouvi por aí q virá de vice prefeito!!! Será q será Dinho Cozzolino e Rômulo "Pai Moreno" Costa pra prefeitura de Magé!?
Ahh!!!
A Narriman tá voltando! já anda fazendo compras no comércio local, apoós ter sumido durante um bom tempo!
Do lance da Jane eu lembro, vinícius.
O que você disse tem a ver com o que eu comentei no blog do César (vê lá: pensandomage.blogspot.com).
O Funk e o pagode são, sem dúvida, os estilos musicais mais populares na cidade. Logo, garante a simpatia da maioria que gosta destes estilos. Aí, coloca um pouquinho de retórica populista sobre Deus e a receita está completa.
Em breve, escreverei sobre o que penso sobre as correntes culturais na cidade.
Sobre o Rômulo Costa, há tempos ele vem se aproximando da cidade, mas acho que ele encontrou a chave nas mãos de Núbia e Jane.
Se o que vc diz se confirmar, só provará que a tal cidade pobre - como mtos dizem sobre Magé - nada mais é do que uma espécie de fonte interminável de poder e dinheiro para os já ricos "senhores feudais".
Um abraco e continue participando!
Léo
Tem razão Léo. A democracia não vigora menos enquanto um valor, enquanto parte de nossa cultura, que enquanto um código legal. Todas as reclamações que existem em relação à política aqui da terrinha giram em torno disso. Queremos que as pessoas mudem, que incorporem estes valores democráticos e que assumam sua condição de cidadão. O ordenamento hierárquico atua no inconsciente das pessoas. Estamos nele sem nem perceber. Daí as pessoas a todo momento dizerem: "é preciso ter mais consciência de que somos cidadãos"; "o cidadão deve ser consciente"; "vote consciente". Reclamamos toda hora uma consciência democrática. Mas, para mim, o ideal mesmo, seria que a os valores democráticos invadissem o nosso inconsciente e se entranhassem e nossa cultura. Mas como venho insistindo, é mais fácil mudar as leis que a visão de mundo e os valores das pessoas. Como fazer isso? Alguém tem alguma sugestão?
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