domingo, 19 de outubro de 2008

Retratos de Magé

Através de César Pinheiro ( Pensando Magé ), conheci o novo site do jornal Milênio Vip.

Fico feliz pelo site de Rosinha Matuck, pois ela sempre se dedicou muito para manter funcionando um dos poucos jornais mageenses.

Mesmo não sendo fã do estilo "coluna social" do jornal, o site ao menos tem um aspecto positivíssimo: uma bela secão de fotos! Por isso, resolvi colocar umas fotos aqui também.

Elas foram tiradas em Julho enquanto visitamos nossa família por lá. Assim, aqueles que conhecem Magé podem se identificar com as imagens. E os que não conhecem podem saber como as coisas são por lá no dia-a-dia.


Centro de Magé, Avenida Padre Anchieta, por volta de meio-dia: Uma das mais importantes vias da cidade. Ao fundo, a Igreja Ns. Senhora da Piedade, ou Matriz. Em primeiro plano, o caos do trânsito. Ali, os pedestres dividem espaco com carros e bicicletas nas ruas, enquanto as lojas ocupam as calcadas. Reparem: não há prédios altos. No centro de Magé, poucos edifícios possuem mais de 5 andares.



Avenida Duque de Caxias (Beira do Rio), Centro, Magé: Diz a lenda (na verdade, minha avó contava essa história) que o Canal de Magé antigamente era limpinho, e as lavadeiras usavam a água dali pra ganhar o pão de cada dia. Aí, um prefeito há muitos anos atrás teria fechado a passagem d'água que vinha da Serra dos Órgãos. Aí, deu no que deu. O Canal virou valão e por muito tempo era esporadicamente dragado. Ou seja, se chovesse muito, alagava tudo na região. A prefeita Núbia Cozzolino comecou um projeto anti-enchente e diminuiu o leito do Rio, mas como se vê pela foto, as coisas ainda não estão arrumadinhas como deveriam. A vala negra ainda continua aberta.

Rua da Fundacão, Centro, Magé: Essa foto é do que um dia foi a biblioteca da cidade. Na verdade, a biblioteca foi alojada ali, neste antigo casarão na rua paralela ao Colégio Estadual, no fim dos anos 1990. Por um tempinho, criancas e jovens iam ali pegar livros, revistas, gibis para ler em casa. Foi dali que saíram os primeiros livros que eu li sobre literatura brasileira (como Jorge Amado). Até que certo dia, um incêndio (dizem que foi criminoso, mas não sei) destruiu tudo. Hoje, só ruína e vários órfãos literários.


No próximo post, mais fotos de outras localidades também.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

No fim das eleicões em Magé, muito mais do mesmo e piorado...

As eleicões passaram e a previsão que fizemos aqui se cumpriu: Núbia venceu.

No município, frases como "o povo merece" e "eita povo burro" são respondidas com "pelo menos ela fez."

Se pensarmos bem, as duas posicões fazem sentido (não estou dizendo que são certas ou erradas).

De um lado, pessoas que sofreram com cortes de salário, demissões e chantagens do tipo: "Vá a inaguracão da escola tal e grita o nome da prefeita ou seu contrato será encerrado."

Do outro lado, pessoas humildes que passam por diversas privacões na vida e que, - ao receberem pão e leite, ou uniforme pra escola nova ou asfalto na rua - não querem saber o que é democracia, ou das acusacões de corrupcão, ou das obras superfaturadas...querem "defender o seu."

O fato é que, dos dois lados, as posturas são muito semelhantes. Apostam em heróis que vão tirar nossa cidade do caos ou nossa barriga da miséria contra o inimigo que vai acabar com as vantagens.

É coisa de brasileiro essa mania de achar que fulano ou ciclano vão ser os salvadores da pátria. Também é coisa de brasileiro querer tirar vantagem, já que "tudo está uma merda mesmo".

Pouquíssimos falam, por exemplo: "Está na hora da gente fazer alguma coisa pra tentar mudar."

Isso é cultural, é coisa nossa. Votamos e esperamos passivos por solucões ou vacilos dos nossos representantes. Aí, reclamamos e, na próxima, votamos em outros da mesma laia. Aí, nos recolhemos de novo.

É essa lógica que precisa ser mudada. Enquanto isso, Núbias e Batatas continuarão reinando livres, ricos e felizes, rindo da nossa cara, enquanto choramos a decadência de nossa cidade.


Prometo que vou tentar fazer deste o último post sobre os políticos da cidade. Afinal, alguém tem que mudar o disco.

Magé é muito mais do que politicagem.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Eleicões 2008 - Tudo como antes, ou pior?

As eleicões foram realizadas ontem.
Os resultados mais atualizados do TRE avisam: Núbia Cozzolino está re-eleita.

Abaixo seguem os resultados completos:

* 115 - NUBIAPMDB / PSL / PTC / PSDC / PSB / PP / DEM60.93251,00
210 - NARRIMAN ZITOPC do B / PTB / PV / PT do B / PT / PSC / PSDB / PHS / PRB47.94440,13
322 - ROBERTO THEODOROPR5.4584,57
450 - OCTACIANO RAMOS(PIANO)PSOL3.5532,97
512 - OTHON TALDOPDT / PRP1.5991,34


* 115888 - DINHO COZZOLINOPSL / PMDB / PSB4.6153,85
* 215555 - AMISTERDANPSL / PMDB / PSB4.4083,68
* 323123 - BATATAPRTB / PPS3.9553,30
* 436123 - VALDECKPTC / PSDC3.8033,17
* 570027 - WERNER SARAIVAPT / PT do B / PTB / PV3.7663,14
* 640611 - CARLOS PRATAPSL / PMDB / PSB3.1552,63
* 710000 - LEANDRO RODRIGUESPRB / PHS2.8632,39
* 823623 - RAFAEL TUBARÃOPRTB / PPS2.6192,18
* 911111 - LEONARDO DA VILAPP / DEM2.5972,17
* 1015777 - SERGINHO DA AUTO ESCOLAPSL / PMDB / PSB2.0911,74
* 1145633 - CARLINHOSPC do B / PSDB / PSC1.9291,61
* 1213456 - ÁLVARO ALENCARPT / PT do B / PTB / PV1.8401,53
* 1310633 - GUILHERME MARCATTIPRB / PHS1.8081,51

Os comentários e as análises virão durante a semana.
Abracos.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Coisas que nunca mudam em Magé – Parte 2

Tema: Transportes

Algumas notícias atuais abordam a falta de ônibus na cidade de Magé. Muitos parecem culpar a atual administracão pelo caos. O que muitos esquecem, porém, é que a cidade nunca teve uma rede de transportes decente.

O município de Magé é grande e seus distritos são razoavelmente distantes um do outro. Entre os maiores locais (Centro, Suruí, Mauá, Santo Aleixo/Andorinhas, Piabetá/Pau Grande/Raiz da Serra) viaja-se por aproximadamente 25, 30 minutos de um à outro. No caminho, há inúmeros bairros menores (como Fragoso, Barão de Iriri e Nova Marília).

Ou seja, os moradores precisam de algum meio de transporte público para se locomover entre os distritos, principalmente em direção ao Centro e à Piabetá, locais onde estão os maiores mercados e de onde saem as linhas de ônibus intermunicipais.

Aí você pergunta: “E como os mageenses vêm e vão?”

Eu queria poder dizer “Simples, caro leitor”, mas infelizmente não é bem assim. Para entender o caos, é preciso pensá-lo por partes. Neste caso, vejamos a situacão de cada meio de transporte específico.

Em Magé existem três meios de transportes legais (Taxi, Ônibus e Trens) e outros “alternativos” (Kombis/Vans e Moto-taxis).

Táxis

(Foto: Confusão diária no ponto dos taxis - Centro de Magé, Julho 2008)

Ao contrário do que ocorre em cidades maiores, os táxis em Magé não são muito populares e também não seguem tabela de preços pré-estabelecida. O valor da corrida varia de acordo com o local, o horário e talvez o papo do cliente.

Para complicar a situação dos taxistas legalizados, eles ainda disputam mercado com as Kombis/Vans e bandalhas – carros particulares usados para transporte de passageiros.

Por conta da concorrência desleal (bandalhas cobram entre R$1 e R$3 em média, e as Kombis/Vans algo em torno de R$ 1,50/R$ 2,00 por viagens municipais), muitos taxistas fazem transporte barateado, principalmente de pessoas que saem dos supermercados.

A noite, a corrida varia de acordo com o local (por causa da distância e falta de ônibus). Ir para locais como Mauá, por exemplo, pode custar até (ou mais de) R$ 50 do Centro. Além disso, muitos não fazem corridas depois de determinado horário.

Trens

Foto: Estacão da Guia de Pacobaíba (Mauá), a primeira do Brasil. Clique na foto para ver a origem.

Apesar de ser o berço da Primeira Estrada de Ferro do Brasil (foto), Magé parece ter sido esquecida nos pouquíssimos investimentos feitos pelo Governo do Estado para melhorias do transporte ferroviário.

Um ramal e um corredor atravessam o município, ambos vindos da Estação de Saracuruna (de onde pode-se chegar ao Rio de Janeiro). O Ramal Guapimirim tem 10 de suas 15 estacões na cidade, entre elas a do Centro. O corredor da Vila Inhomirim liga Saracuruna à Piabetá.

Nenhuma das linhas são elétricas. Há o Programa Estadual de Transportes que prevê a possível eletrificacão da via permanente Saracuruna-Guapimirim, mas este plano ainda não saiu do papel.

O trem seria uma opção mais rápida, segura e barata para os moradores do município chegarem ao centro do Rio.

Em 2007, apenas um trem de mais de 50 anos fazia o transporte entre Magé e Saracuruna. Os horários eram bem cedo na manhã e bem no finzinho da tarde. A média de passageiros deste ano (até Maio) é de aproximadamente 650 por dia no ramal Guapimirim e poderia ser mais. Magé tem quase 240 mil habitantes e destes, a maioria trabalha fora do município.

Foto: Estação de trem no Centro de Magé - A antiga em 1o plano, e a plataforma "nova" ao fundo

Por email, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro informa que as melhorias do ramal Saracuruna-Guapimirim estão previstas para este mês (Setembro). Dezessete quilômetros da linha serão recuperados e o orcamento para estas obras está previsto em pouco mais de R$ 7,5 milhões. A licitacão para definir a empresa já foi realizada e só falta a assinatura do contrato.

Há a possibilidade de eletrificacão do trecho. A concessão do ramal está sendo pensada e a empresa concessionária seria a responsável por colocar trens elétricos na via.

Ônibus

A discussão do momento na cidade é sobre a falta de ônibus rodando pelo município. Esse problema é mais antigo e vem antes mesmo do transporte alternativo começar a circular na cidade.

Entre as décadas de 1980 e 1990, o transporte mageense se resumia em três maiores empresas: Luxor (Sentido Rio/Duque de Caxias/Petrópolis), Rio Minho/Expresso Rio de Janeiro (Sentido Alcântara/Niterói) e Primavera (foto) (Linhas Municipais e Regionais, como Guapimirim) .

Foto: Ônibus antigo da empresa primavera. Clique na foto para ver o site original.

Também havia (e ainda há) a Trel, a Transportes Machado e a União, operando entre Piabetá, Mauá, Duque de Caxias e alguns bairros suburbanos do RJ (como Penha).

Das três primeiras, apenas a Rio Minho/Rio de Janeiro (empresas da gigante Rio Ita) continua explorando as linhas daquela época.

Nos anos 1990, a empresa Primavera deixava muito a desejar. O transporte alternativo da segunda metade da década foi a pá de cal: más administracões, desvio de dinheiro, as más condicões das vias municipais e frota que quebrava o tempo todo na pista ajudaram a sucatear a empresa que, logo depois, abriu falência (por volta de 2003-2004).

Depois disso, a situacão ficou ainda mais complicada.

Uma empresa do Nordeste, como parte de um plano emergencial, ocupou o espaco da empresa nas linhas municipais durante o governo Narriman Zito (2000-2004), mas não conseguiu dar conta. Pouco depois, a empresa Reginas, de Caxias, assumiu as linhas e permanece até hoje.

No entanto, a Reginas (foto) (que já havia ocupado as linhas intermunicipais da Luxor) foi criticada por aumentar o valor das passagens intermunicipais alegando que o pedágio era muito alto. Nas linhas municipais, a empresa diminuiu a frota e prejudicou o transporte de moradores de bairros mais distantes do Centro e de Piabetá, entre eles Mauá, Suruí e muitos outros.

A alegação: a exploracão das linhas pelo transporte alternativo (e nem sempre legal) das Combis/Vans.

Combis/Vans e Moto-Taxis

Foto: Passageiros esperam a saída da Combi em Piabetá - Julho 2008

É difícil falar quando o “transporte alternativo” começou na cidade e o porquê de ter vingado. Mas o fato é que hoje, para muitos, as Combis e Vans são o principal meio de transporte do município, tanto para linhas municipais quanto para outras cidades.

Eu trabalhava em Piabetá por volta de 1996-97 e já haviam algumas combis fazendo a linha Magé-Piabetá. Vans maiores também começavam a explorar a linha Magé/Piabetá – Central.

Em pouco tempo, com os planos de crédito e empréstimos, mais pessoas resolveram explorar esta mina de ouro. As empresas de ônibus já não davam conta: muitos passageiros alegavam que as combis eram mais rápidas e confortáveis.

Foto: Combi estacionada na Rodoviária. Tomando o lugar dos ônibus?, Julho 2008

Já estabelecidas, as combis/vans eram tantas que supriam as deficiências das linhas municipais mais populares – Magé-Piabetá, Piabetá-Ipiranga (mauá), entre outras –, intermunicipais – Central, Penha, por exemplo – e mesmo de bairros menores – Lagoa (Centro).

Por sua força, viraram trampolim político. Narriman e Nubia prometeram legalização em suas campanhas para seus mandatos. As Combis foram amarelas e azuis no tempo da Caxiense e, em tempos de Núbia, brancas com listras.

Foto: Propaganda política irregular arrancada de Vans - 2008 (Jornal Extra)

O número de vans e combis rodando no município diminuiu consideravelmente nos últimos anos. Ainda assim, são muitas e representam uma forte concorrência para as empresas de ônibus.

Os moto-taxis operam principalmente em Piabetá e representam muito pouco, além de serem perigosos: muitas motos estão em estado precário e alguns dos pilotos não são habilitados.


O pesadelo de ir e vir em Magé



Talvez haja algumas incoerências nos dados descritos acima, principalmente quanto à épocas e datas. No entanto, todos os moradores devem ter um caso pessoal para contar e ilustrar os reflexos dessa confusão na vida de cada um de nós.

Eu, por exemplo, já dependi de carona de caminhoneiro para chegar à Mauá por não haver ônibus depois das 21 horas. E isso foi há quase 15 anos! Também já dormi na praca de Piabetá esperando o 1o ônibus pra Magé depois de curtir a festa de Sant'Anna. Já perdi dia de servi
ço em Piabetá porque o ônibus que eu peguei quebrou na pista. Isso tudo antes das vans.

A verdade é que sempre foi um inferno ter que depender de ônibus e outros transportes na cidade. E hoje, infelizmente, as coisas parecem que pioram a cada dia, por mais difícil que pare
ça.

E você, mageense, qual a sua história triste?
Ou melhor, o que poderia ser feito para melhorar?

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Campanha política

Aqueles que acompanham o blog sabem que eu escrevo de um lugar remoto, fora do país. Em Julho, porém, estive em Magé com minha esposa. Ficamos no centro, mas passeamos pelo centro de Piabetá e Pau Grande. Foi mais ou menos um ano longe de Magé até esta visita. Abaixo, seguem constatacões e observacões políticas que eu fiz ao caminhar pelas ruas da cidade e conversar com as pessoas.
  • O povo não é bobo? Ao que tudo indica - e caso a justica permita - Núbia deverá ser a vencedora das eleicões novamente. Pelo menos é o que se percebe pelo tamanho das campanhas e a repercussão entre eleitores.
  • Dormindo no ponto: A campanha de Narriman e Lourival ainda não tinha acordado, enquanto Núbia acordava a cidade com bicicletas e carros de som por todos os lados, além das mulheres (sempre muito desanimadas pelo sol quente) com suas bandeiras e placas.
  • Opcão? Roberto Theodoro, que dizem ser aliado dos Do Posto, também não tinha dado as caras.
  • No fim, o que vemos é uma mesmice. O rodízio político vai continuar, infelizmente.
  • "Cara, é complicado. Eu não concordo nem gosto dela, mas pra nós, candidatos pequenos, estar com a Núbia é uma mão na roda. Ela paga os cartazes, as fitas, ajuda com as bicicletas", me explicou um dos muitos candidatos que se aliam e aparecem em fotos ao lado da atual prefeita.
  • Vendedor de caldo de cana da rodoviária de Magé: "Po, eu nem sou da terra, mas vivo aqui há muito tempo e nunca vi ninguém fazer mais do que essa mulher fez." Cliente: "É verdade, vai dar ela de novo mesmo, não tem jeito."
  • A moda entre os candidatos é o funk e o samba! São muitas bicicletas, carros e motos de som por todos os lados com os hits políticos do momento. Na minha top list, estão:

    • Dinho Cozzolino: Na versão do clássico do funk - "Atoladinha" - o candidato se dá um tiro no pé. Uma mulher pergunta: "Você vai votar em outro?" E o cara responde: "Não, não. Vou arriscar". Ele mesmo admite que é um risco votar no candidato.
    • Irmã Beth: A evangélica sabe que gospel pra campanha política não rola. Sua campanha é em ritmo de samba!
    • Guilherme Marcatti: Seu jingle é baseado no funk "Chumbo quente" e diz: "Saiam da frente, lá vem ele minha gente..." ao som de tiros e o batidão. Esse mostra claramente o que acontecerá com quem atravessar seu caminho. Aqui, não estou insinuando que o candidato seja assassino, apenas tentei ironizar com o fato da música dele ter indícios de violência. Afinal, sabemos como as coisas são em nossa cidade. Desculpe se o comentário soou como acusacão.
    • Lééééééo: O candidato Leonardo da Vila aproveitou o sucesso do Mc Créu e fez o seu refrão ecoar à toda velocidade principalmente por Piabetá e região.
  • GRES Batata: O candidato a vereador fez uma escolha de samba por seu jingle. Dizem que Boró, o vencedor, embolsou mais de R$ 2000 pela vitória.
  • Humilhacão: ver Batata, tipo poderoso, sentado no Restaurante Semi-Deus, rindo e alisando seu relógio de ouro, rodeado por segurancas, me doeu como um tapa na cara de todos os mageenses que sabem das mutretas que ele arrumou e arruma desde antes de entrar na vida política.
  • Morte do Ney: "Estão falando aí que ele era marido da Núbia. Como pode se ele tinha mulher e filhos? Dizem que ele foi morto porque estava tirando muita onda, humilhando as pessoas, como se tivesse engolido um rei. Alguns dias antes, dizem que ele teria discutido e agredido Dinho Cozzolino", disse uma pessoa de Pau Grande, que acompanha bem de perto a saga dos Cozzolino políticos.
  • Política uma-mão-lava-a-outra: "Ele nunca se meteu com política, mas colocou o adesivo de Amigo Augusto no carro porque foi ele quem arrumou um emprego pra filha dele", explicou meu pai ao me dizer pq meu tio tava fazendo campanha.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Coisas que nunca mudam em Magé - Parte 1

Todos temos visto que há muita coisa podre no governo dos Cozzolinos em Magé. Só que não podemos apontá-los como os únicos culpados pelo caos de nossa cidade.

Anteriormente, nós vimos que os últimos três governos foram muito parecidos em propostas e acões. Para confirmar este ponto de vista, por que não falar daquilo que nunca muda (mas deveria, pra ontem) em nossa cidade?

Cachoeiras de Santo Aleixo/Andorinhas/Rio do Ouro


Na metade da década de 1990, quando adolescentes meio desocupados, eu e meus amigos íamos quase todos os dias para as cachoeiras.

Naquele tempo, já reclamávamos muito do turismo descontrolado vindos de cidades vizinhas como Itaboraí e, principalmente, São Goncalo. Vimos muitas brigas, muita sujeira e lixo largados por lá. Também tinham as oferendas de fim de ano.

Ao que parece, nada mudou nesse sentido. O turismo continua a toda e as autoridades municipais parecem que continuam cegas para este problema desde então.

Indústrias e Grandes Empresas

Magé cresceu em volta de fábricas como a Imbel, a Emac, a Itatiaia de tecidos, e a Estrela de pólvora. Todos que nascemos aqui temos histórias de pessoas na família que trabalharam nelas. Infelizmente, a história não tem nem terá continuidade. As antigas ficaram no passado, e pro futuro, nenhuma parece surgir.

O interessante é saber que Magé fica estrategicamente entre o Rio e Niterói. Próximo de pólos industriais como em Caxias e a futura refinaria de Itaboraí. A dois passos da Dutra, da Washington Luiz. Tem muito espaco físico que poderia ser ocupado, até mesmo próximo ao centro da cidade. Ainda assim, ninguém investe na cidade.

Dizem que interesses políticos e olho grande embarreram a entrada destes investimentos (como o caso da fábrica da Schincariol). Não é difícil duvidar se olharmos os acontecimentos e as denúncias atuais e anteriores, no outro governo.


segunda-feira, 14 de abril de 2008

Cultura: A gente vê por Magé?

A maioria dos jornais têm a seção de agenda cultural. Geralmente, estas páginas são divididas em: cinema, música, teatro, eventos (festas, shows, etc.), restaurantes, etc. Como já vimos anteriormente, a imprensa mageense não é das melhores. Se fosse, como seriam as agendas culturais da cidade?

RESTAURANTES: Os barzinhos estão em todos os lugares. Com mesas espalhadas pelas ruas e calçadas, eles são os pontos de encontro favoritos dos mageenses. Há bares para todas as classes, gostos e orçamentos. Música ao vivo, máquinas de videokê e muito bate-papo garantem uma boa diversão. Há muitas pizzarias também e alguns restaurantes onde há menus mais variados (desde petiscos à refeições), todos muito populares.

CINEMA: Não existem cinemas em Magé. O mais próximo disso são os telões que os políticos colocam nas praças para mostrar os mais recentes filmes da moda (para isso, tem enquete no site da prefeitura). Também não há lonas culturais mostrando clássicos do nosso cinema.

TEATRO: Não existem teatros em Magé. As peças que vemos geralmente são de grupos religiosos, dentro das próprias igrejas. Não há nenhuma sala pequena que possa abrigar os muitos artistas que estão por aí, com vontade, mas sem abrigo. Houve recentes tentativas privadas em Piabetá (Espaço Guadalajara) e Centro (Escola de Artes), mas acabaram com falta de incentivo e interesse popular.

MÚSICA e SHOWS: Entre os eventos massivos em Magé estão os bailes funk e os pagodes (Campão do Piabetá, Mageense FC, Suruiense, etc.), as discotecas (Cooperativa de Pau Grande, Iate Clube em Mauá) e, atualmente, as Raves em Santo Aleixo (Euphoria). Alguns dos clubes citados eventualmente cedem espaço para shows e pequenos festivais de rock, onde bandas locais, como Cardióides, podem mostrar seu trabalho.

EVENTOS: As festas das Igrejas (N.S. da Piedade e São Pedro (Centro), Sant'Anna (Pau Grande), entre outras, são as mais tradicionais. Muitas festas juninas/julinas escolares também são bem sucedidas (Festa do Cozzolino, Fragoso; Festa do Estadual, Centro; entre outras).Todas, no entanto, têm a mesma característica: uma multidão se espere entre barraquinhas de doces, bebidas e comidas. Nas maiores, há shows de grupos religiosos e populares. Não falarei do Carnaval Mageense aqui, pois esse precisa de um post a parte.

No fim, muitos reclamam que Magé não tem nada. De fato, ainda falta muito para termos uma agenda cultural diversificada. Dizem que o povo mageense não tem cultura. Não é verdade.

Infelizmente, não há muitas opções e poucos têm dinheiro para sair da cidade em busca delas. Bom seria se não fosse preciso sair. Infelizmente, como temos visto em algumas propostas políticas, os incentivos vão continuar baixos. Resta esperar ações individuais e privadas e torcer para que o povo dê valor às coisas da nossa terrinha.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Eleicões 2008 - Notas

O ano eleitoral mageense promete muita ação (e confusão), principalmente para a prefeitura.

Renata do Posto seria candidata, mas foi forçada a mudar de idéia depois da cassação do seu mandato na Alerj.

Núbia Cozzolino (PMDB) parece estar com os dias políticos contados: por causa da propaganda da prefeitura na famosa Gatonet da cidade e propaganda com dinheiro público, ela poderá não ser candidata.

Com isso, Narriman (PT) se torna nome mais forte. A ex-prefeita ainda têm credibilidade com grande parcela da população - principalmente os servidores municipais - e seu vice, Lourival tem muita força no primeiro distrito.

As brigas de bastidores, processos e a baixaria nos discursos devem continuar. Seguimos esperando os próximos capítulos.

¤¤¤¤¤

A disputa continua entre grandes nomes da região. Do Postos, Cozzolinos e Zitos (Narriman e Zito separaram, mas continuam aliados politicamente): um dos três clãs continuará reinando na cidade. Será que a postura popular será enfim diferente?

¤¤¤¤¤


Sugestão feita pelo Mageense Global ao vereador Eduardo da Silva (PT), da oposição mageense e um dos entusiastas da campanha de Narriman e Lourival:

- Colocar um microfone sem-fio durante os comícios, com um mediador. As pessoas poderão fazer perguntas ao candidatos. O diálogo, mesmo que limitado, é essencial. Perguntas livres geram respostas mais interessantes do que discursos ensaiados.

Será que vai rolar? É esperar para ver.


¤¤¤¤¤

quarta-feira, 2 de abril de 2008

sábado, 15 de março de 2008

Que tal?

Pq não fazer a versão-2008 em Magé?

Maranhão 66 - Glauber Rocha


quarta-feira, 12 de março de 2008

Magé na Mídia: Retrato da Nossa Cidade?

A imprensa não é espelho da realidade (as notícias são produzidas, editadas e publicadas de acordo com interesses privados, políticos e lucrativos das empresas ou dos seus donos).

A imprensa também tem potencial para exercer papel importante no desenvolvimento da democracia (levando informacões públicas ao maior número de cidadãos).

Aqui, porém, vamos pensar a pauta da mídia como assunto com valor de verdade na sociedade, como tem sido a abordagem sobre a corrupcão envolvendo os Cozzolino e os Do Posto.

Acredito que as denúncias sejam verdadeiras. Não pq estão nos jornais, mas pelo histórico que vemos na cidade há décadas. Como mageense, sei por ver ou ouvir falar de várias falcatruas. Mas imagina quem olha para Magé pela mídia. O que a cidade seria?

No G1 (site de notícias das organizacões Globo), aparecem 522 respostas para a busca Magé. As matérias mais antigas datam de 14-09-2003. As palavras mais vinculadas à Magé são: fraude e corrupcão, estragos da chuva, dengue, caos no sistema de saúde e transporte, falta de luz, entre outros.

O que é isso, perseguicão da Globo? Não necessariamente. Outros jornais (como O DIA) tb mostram Magé de forma parecida. Então é verdade? Magé só tem coisa ruim?

Não. O interesse da mídia está naquilo que pode dar audiência. Infelizmente, corrupcão e outras coisas ruins são sinônimos de notícia que vende. E Magé, pelo que estamos vendo na vida real, está cheia delas. Mas como mostrar ao mundo o que temos de bom?

O ideal, primeiro, seria não depender exclusivamente da grande mídia. Neste caso, jornais locais poderiam ajudar, mas nossa cidade sofre com a falta de canais sérios de informacão.

De um lado, há jornais-tablóide especializados em matérias sobre a "elite" mageense ou cobertura de festas da região. As matérias geralmente são pagas e ñ apresentam conteúdo crítico. Têm muita propaganda e quase nenhuma reportagem sobre assuntos de interesse público.

De outro, há jornais que defendem claramente um político e criticam outros. Caracterizam-se por serem palanques eleitoreiros e instrumentos de ataque aos rivais. Alguns são inclusive propriedade de políticos.

Além de uma imprensa local desenvolvida, é importante que os cidadãos participem mais ativamente da construcão de Magé na mídia. Liguem, escrevam para os jornais falando de bons exemplos - como fizemos aqui apresentando o Alfredo do Grêmio Musical.

Não somos todos corruptos, não somos mosquitos. Não somos povinho. Eu sei disso. Você, mageense como eu, também sabe. O mundo também precisa saber, e pra isso, cada um de nós pode colaborar.

Léo Custódio

quarta-feira, 5 de março de 2008

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Acabou a pilha: E agora?

No fim do ano passado, eu e Cesar Pinheiro comecamos a conversar mais assiduamente sobre Magé.

Destes papos, surgiu a idéia de criar conteúdo crítico sobre a nossa cidade, pois, como eu demonstrei no primeiro post , pouco (e mal) se sabe sobre Magé, o que é um absurdo em tempos de sociedade da informacão.

Aproveitando os recursos tecnológicos, nos unimos e desenvolvemos a idéia de uma rede de blogs.

Divulgamos aqui e ali, convidamos outras pessoas e a coisa pareceu que iria andar bem. Um acontecimento deu ainda mais ímpeto para que participassem.

O caso de corrupcão mais badalado de Janeiro veio a tona, em todo o Estado do Rio: Os maus Cozzolinos (tem mta gente de bem na família, não generalizem) estavam nas páginas policiais (de novo) acusados de desvio de verba pública (roubo em massa).

Pronto. O ingrediente que faltava. No entanto, ao invés de criar reflexão e debate, os eventos mostraram a triste ambiguidade da nossa sociedade: o "dedo-de-seta" e o "foda-se".

Dedo-de-seta é expressão usada pelo falecido cantor Bezerra da Silva ao falar dos traidores (X9) que denunciam os parceiros do tráfico de drogas. No caso de Magé, quando o lado podre dos Cozzolinos veio a tona, muitos vieram apontar a família como responsável por todos os males de nossa cidade. Nas manifestacões (que viraram notícia inclusive na TV), cidadãos revoltados gritavam "Fora Núbia".

O problema é que entre alguns de revolta genuína haviam muitos paus-mandados de outros partidos (PT, PSDB), que estão doidos para ocupar o lugar no poder e enriquecer da mesma maneira que os que estão por lá hj. Aí, daqui há alguns meses, gritarão: "Narriman!", "Fulano", "Ciclano", etc. e tudo continuará da mesma forma depois das próximas eleicões:

Parte do povo esperando que seu messias eleito resolva, e outra parte doida pra ele fazer merda para poder cair de pau e dizer que o outro era muito melhor.

Do outro lado, a galera do "foda-se", cansada de tanta mutreta, prefere não fazer nada. "Nada vai mudar mesmo", "tô fora de manifestacão", etc. são os argumentos mais comuns. Lava-se as mãos como se não fizessem parte do mesmo mundo.

No meio destas duas posturas, as discussões na Rede Mageense de Blogs no Orkut nunca saíram da estaca zero, e quando saíam, o "dedo-de-setismo" e o "fodacismo" forçavam a volta na pauta. Os blogueiros em si parecem ter desanimado e aos poucos, a pilha inicial foi acabando, e hoje parece morta. Logo, resta saber: O que fazer?

Eu e Cesar concordamos em uma coisa. Mesmo que sejamos nós dois, nós continuaremos com nossa idéia inicial: criar conteúdo crítico na Internet (é o que posso fazer pela distância que estou da terrinha) e tentar mobilizar pequenos grupos (sobretudo Cesar, que está lá) para agir, mover-se diante do caos em que nos encontramos por lá.

Se vai dar resultado, no sentido de mudar o rumo da história mageense, eu não sei. Mas aprendi que pra mudar um mundo, temos que ir aos poucos, com cautela, devagar e sempre.

O que não dá é ficar esperando e vendo as coisas indo por água acima, alagando sonhos e esperan
ças de que um dia tenhamos uma cidade desenvolvida e melhor para se viver.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

ALFREDO BRANDÃO, presidente do Grêmio Musical Mageense

Uma das coisas mais chatas sobre Magé são as discussões sobre os políticos. Uns defendem fulano, outro abomina ciclano, mas gosta de beltrano. São vistos como heróis ou vilões, sem meio termo. No entanto, as coisas nunca parecem mudar, pois fulano, ciclano e todos os outros são como um só.

Enquanto iss
o, fora do Palácio Anchieta e da Câmara Municipal, existem indivíduos que, ao contrário dos politiqueiros, pensam em mudar o rumo da história e da vida dos mageenses. Um destes é Alfredo Brandão, 46 anos, cujo amor pela música o faz seguir em frente na luta para fazer do Grêmio Musical Mageense uma referência da nossa cidade. Não por dinheiro, mas por uma outra causa: "a cultura e os jovens."

Tanto esforço e dedicação terão reconhecimento público no dia 26 deste mês, quando o Grêmio representará Magé e o Estado do Rio de Janeiro na grande manifestacão social Rio com Vida, no Aterro do Flamengo. O evento faz parte da Jornada da Mobilização do Fórum Social Mundial.

Apesar do orgulho, Alfredo não esconde a mágoa p
ela falta de reconhecimento na sua própria cidade. "Ficamos mais tristes é com o descaso do povo em relação ao Grêmio nossos músicos são elogiados e pretendidos por Orquestras do Brasil todo, mas se fazemos um evento aqui na nossa cidade e utilizarmos o nome do Grêmio ninguém apoia porque é de Magé", revela.

A Rede Mageense de Blogs, através do Mageense Global, conversou com este homem que dedica sua vida à dois de seus maiores amores: a música e Magé. Alfredo é, para nós, um exemplo de luta e dedicação. Por isso, será o primeiro de uma série de entrevistas que faremos com os personagens que escrevem capítulos de uma história diferente da nossa cidade. Aquela que não lemos. Não porque não vemos, mas porqu e temos o mal hábito de não dar valor ao que está muito próximo de nós.


Quem é Alfredo B
randão?

Nascido e criado em Magé, Alfredo mantém uma relação de amor com a música desde a infância, quando entrou para a Banda Marcial do Colégio Estadual (onde durante 20 anos foi contra-mestre), no centro da cidade. Na mesma época, entrou para a Escolinha Musical do Grêmio. Hoje, Alfredo é militar de carreira - Suboficial da Marinha do Brasil -, formado em Filosofia e trompetista profissional. Desde 2003, é Presidente do Grêmio Musical Mageense. Foto: (Na esquerda) Discursando ao lado do Presidente da Academia Magee nse de Letras, Alzir, no Primeiro Concurso Nacional de Poesias com o Tema "Grêmio Musical 50 anos", no Hotel Canopus. O evento reuniu poetas de todo o Brasil em 29/09/2007.



Léo:
Eu me lembro que o Grêmio estava, há alguns anos, quase acabando. Você confirma minha memória? Quais as razões para que o Grêmio estivesse definhando?

Alfredo: O Grêmio e a maioria das Bandas de Música vêm definhando pela total falta de ajuda do poder público, seja na ajuda com manutenção, seja com a organização de encontros e concursos de Banda. O preço de qualquer instrumento é muito caro e o aluno quando vem estudar não pode comprar o instrumento. Ele conta que as bandas tenham o instrumento para que ele possa aprender. Fora isso o Grêmio foi utilizado certa época por pessoas que tinham outros interesses que não eram o Grêmio.

Léo: Quando vc comecou a atuar para revitalizar as acoes do Grêmio? Como foi este processo? Quais pessoas colaboraram com seus esforços?

Alfredo: Quando assumimos em 2003 após um processo desgastante com a diretoria anterior, tivemos que conseguir um abaixo assinado de 3.000 assinaturas para que a Presidente anterior entregasse o cargo, após serem descobertas certas irregularidades que não vêm ao caso. Equacionamos as dívidas e começamos a pagá-las.

Criamos uma Orquestra de Baile para que pudéssemos arrecadar e custear as outras atividades do Grêmio. Infelizmente o próprio povo Mageense sepultou essa nossa idéia ao não apoiar os nossos bailes ao descobrir que a Orquestra era de Magé.

Fizemos contato com outras instituições (Academ
ia Mageense de Letras, Casa do Mestre, União Magense dos Trovadores, Grêmio Musical Santa Cecília, Companhia Pirâmide de Artes, entre outras), que passavam os mesmos problemas que a g ente, para que púdessemos debater trocando experiências (faço questão de ressaltar que sempre enfrentei muita resistência dentro do próprio Grêmio para fazer essas parcerias).

Começamos a fazer projetos Culturais e enviá-los para tudo quanto é empresa que pudessem nos patrocinar. Convidamos novamente os músicos para retornarem a frequentar o Grêmio. Investi inicialmente do próprio bolso e depois fizemos campanhas para compra de instrumentos necessários para reativar a Banda de Música mas fazendo um trabalho totalmente inovador jamais feito em Magé.


Inc
entivamos outros tipos de aulas como violão, guitarra, teclado, bateria e induzimos os alunos a montarem os seus grupos cedendo o espaço do Grêmio para apresentações. Colocamos o grupo dos Professores para se apresentar na praça da Prefeitura tocando MPB, Jazz, Salsa, Choro, acostumando o povo a outros tipos de cultura Musical, estabelemos que de 02 em 02 meses faríamos apresentações dos alunos do Grêmio na própria sede trazendo o povo para dentro do Grêmio.Foto: Apresentacões de alunos do Grêmio na Avenida Simão da Motta, no centro de Magé.

Léo: Esta
s apresentacões ainda acontecem ou o descaso mageense contribuiu para que acabassem?

Alfredo: As apresentações acontecem com uma inovação: trazemos alguns instrumentistas de alguma fama para fazer workshop para os jovens cobrando como ingresso 1kg de alimento não perecível. As apresentações no grêmio continuam.

Léo: Acima, vc começa falando no plural. Quem participou com você naquele início de dificuldades?

Alfredo: Do grupo de diretores inicial, só restaram eu, Charles Soares de Mattos, Lady Jane Sousa Ramos e Gilberto Pacheco. Com certeza esses são meus parceiros nessa empreitada as vezes nem tão presente mas a distancia de uma ligação.Os outros ficaram pelas "vielas da vida."

Léo: Quantas pessoas estão envolvidas nas atividades do Grêmio hoje?

Alfredo: Hoje temos 08 professores além da diretoria (complementada por Antonio Seixas, Robson de Souza Pinheiro, José Carlos Quntanilha e Wanderson Lima Villa) atendemos a cerca de 300 jovens e adultos, temos uma parceria com a Vara da Infancia e da Juventude para atendermos menores infratores do nosso Município sem custos.

Léo: Como acontece o atendimento à menores infratores?

Alfredo: Esse atendimento é feito no Grêmio pois a intenção é justamente fazê-los interagir com os outros jovens e ver que eles são iguais a todos. Mas mesmo esse atendimento tem dificuldade pois a maioria dos menores infratores de Magé são do sexto distrito (Piabetá/Inhomirim) e não tem uma viatura para buscá-los.

Léo: Como eles se sentem ao entrar em contato com a música?

Alfredo: A princípio são arredios e desconfiados, mas geralmente mostram algum talento em alguma área. Como eu sempre digo: "a música é mágica". Tenho certeza que com um tempo adequado e uma dedicação maior todos podem um dia se profissionalizar.

Léo: Quais são as maiores dificuldades para manter o Grêmio funcionando?

Alfredo: A dificuldade maior do grêmio é em relação ao instrumental já que o instrumento musical no Brasil é muito caro e de baixa qualidade. Fora disso, existe o problema da manutenção os instrumentos.



Poucos empresários ajudam com alguma coisa e os que ajudam são pequenos empresários. Ainda não chegou a Magé a cultura de que patrocinar pode ser abatido do imposto. Ainda não chegou ao ouvido dos empresários mageenses a noção de lucro social, em quanto uma empresa pode ser bem vista pela população por investir em Cultura/Social que se reverterá para a própria população. Foto: Uma das aulas do Grêmio, 16/07/2007.

Léo: Como são estas pequenas colabora
ções?

Alfredo: O Lucídio da Padaria Dona Dama sempre colabora com lanches. O Adriano do Tere-frutas uma vez ou outra com gêneros para fazermos almoços. O Jumar Puggianni da Sinal Tintas nos doou um Trombonito... e só. Como pode ver são poucos e sempre pequenos empresários. Mas o que ficamos mais tristes é com o descaso do povo em relação ao Grêmio nossos músicos são elogiados e pretendidos por Orquestras do Brasil todo, mas se fazemos um evento aqui na nossa cidade e utilizamos o nome do Grêmio ninguém apoia porque é de Magé. Conhecemos outras cidades - Guapimirim é um exemplo - que o povo idolatra a sua Banda, mas aqui o pessoal despreza.

Léo: É uma pena mesmo. No dia a dia, quais são as atividades que o Grêmio disponibiliza hoje para os interessados?

Alfredo: Hoje ministramos aulas de violão, guitarra, baixo eletrico, teclado, bateria, trompete, saxofone, clarinete, trombone e tuba. Para isso trouxemos profissionais formados na Escola de Música Villa Lobos, UFERJ, UNI-RIO. São cobrados R$ 55,00 reais de mensalidade daqueles que podem pagar. no caso do pessoal carente estudamos caso a caso, lembrando que a tabela do Sindcato dos Músicos é R$ 50,00 reais por aula.



Além disso, temos como atividade em grupo a Banda de Música, Orquestra de Violões, a Orquestra Popular (BigBand que toca MPB num estilo mais Jazzístico), os Grupos de Choro, Grupos de Bossa-Nova. Temos uma parceria com a Uferj na montagem de um Coral Infantil e um Coral adulto, projeto supervisionado por um professor da Uferj. A receita do Grêmio paga um funcionário, e mal dá para as despesas sendo necessário muitas das vezes completar do meu bolso. Foto: Coral infantil na Escola Villa Lobos, no Rio de Janeiro, "onde foram aplaudidas de pé", destaca o orgulhoso Alfredo. Em 21/11/2007.

Léo: O Grêmio representará Magé e o Estado do Rio, no Rio com Vida, um dos eventos do Fórum Social Mundial, neste ano. Como aconteceu o convite ao Grêmio?

Alfredo: Desde que assumimos a direção, nós mantivemos um bom relacionamento com outras instituições, convivendo com os seus problemas e participando das suas realizações. Participamos da organização de um fórum a cerca de 02 meses atrás, sobre a cultura em relação ao meio ambiente.

Léo: Quem mais participou deste fórum?

Alfredo: Foi um fórum organizado por um ONG daqui de Magé centrada no Meio ambiente, só que ela não é registrada. Então o fórum foi divulgado como organizado pela APA, FEEMA, entre outros. O objetivo era de mostrar a relação dos vários tipos de arte com o meio ambiente, trabalhando um resgate dos Caiçaras, mostrando como o Caiçara sobrevive do meio onde vive, produzindo arte. Estiveram presentes pessoas envolvidas com meio ambiente de São gonçalo, Itaboraí, Magé, Guapimirim e comandantes de corporações militares destes municípios e autoridades de Educação e Cultura. As autoridades presentes viram as apresentações do Grêmio e conheceram um pouco da nossa luta. Daí partiu o convite.

Léo: E sobre o Rio com Vida do FSM? Como serão as apresentações?

Alfredo: Nós levaremos ao fórum nosso Grupo de Choro, Grupo de Bossa-Nova e Orquestra de Violões. Estamos nos reunindo semanalmente no Circo Voador com a organização para que tudo dê certo. Também queremos levar com a gente outras instituições como a companhia de Teatro do Tio Samuca de Santo Aleixo (teatro infantil).

Tenho que agradecer também ao Fernando Fernandes, da rádio Na Onda. Ele me mandou um scrap (no orkut) falando sobre o fórum. Ele está sempre divulgando todos os grandes eventos relativos a nossa cidade, inclusive quando fizemos o concurso de poesias. Fiz questão de homenageá-lo como amigo da Cultura Mageense.


Léo: Qual o telefone de contato para os interessados em conhecer ou participar do Grêmio?

Alfredo: As matrículas são feitas diretamente com os professores diariamente de Domingo a Domingo. O telefone é 26334688, ou na minha residência 26331754.

Abaixo, um vídeo do II RECITAL DE BATERIA DO GRÊMIO MUSICAL MAGEENSE, disponibilizado no You Tube neste endereco: http://www.youtube.com/watch?v=d4pFaDC2Z_o