quarta-feira, 8 de outubro de 2008

No fim das eleicões em Magé, muito mais do mesmo e piorado...

As eleicões passaram e a previsão que fizemos aqui se cumpriu: Núbia venceu.

No município, frases como "o povo merece" e "eita povo burro" são respondidas com "pelo menos ela fez."

Se pensarmos bem, as duas posicões fazem sentido (não estou dizendo que são certas ou erradas).

De um lado, pessoas que sofreram com cortes de salário, demissões e chantagens do tipo: "Vá a inaguracão da escola tal e grita o nome da prefeita ou seu contrato será encerrado."

Do outro lado, pessoas humildes que passam por diversas privacões na vida e que, - ao receberem pão e leite, ou uniforme pra escola nova ou asfalto na rua - não querem saber o que é democracia, ou das acusacões de corrupcão, ou das obras superfaturadas...querem "defender o seu."

O fato é que, dos dois lados, as posturas são muito semelhantes. Apostam em heróis que vão tirar nossa cidade do caos ou nossa barriga da miséria contra o inimigo que vai acabar com as vantagens.

É coisa de brasileiro essa mania de achar que fulano ou ciclano vão ser os salvadores da pátria. Também é coisa de brasileiro querer tirar vantagem, já que "tudo está uma merda mesmo".

Pouquíssimos falam, por exemplo: "Está na hora da gente fazer alguma coisa pra tentar mudar."

Isso é cultural, é coisa nossa. Votamos e esperamos passivos por solucões ou vacilos dos nossos representantes. Aí, reclamamos e, na próxima, votamos em outros da mesma laia. Aí, nos recolhemos de novo.

É essa lógica que precisa ser mudada. Enquanto isso, Núbias e Batatas continuarão reinando livres, ricos e felizes, rindo da nossa cara, enquanto choramos a decadência de nossa cidade.


Prometo que vou tentar fazer deste o último post sobre os políticos da cidade. Afinal, alguém tem que mudar o disco.

Magé é muito mais do que politicagem.

Um comentário:

Edson disse...

Pois é...
Fico pensando sobre os últimos acontecimentos no cenário político, não só mageense, mas brasileiro, e cada vez mais chego à conclusão de que eles (os politiqueiros) conseguiram o que queriam.
O povo brasileiro, em suma, tem pouco tempo de "liberdade política", categorizada pelas "Diretas Já", em meados da década de 80. Coincidentemente (que na minha opinião não é coincidência coisa nenhhuma) disciplinas como Educação Moral e Cívica e OSPB (Organização Social e Política do Brasil) foram retiradas das grades das escolas. Disciplinas essas que, de uma forma ou de outra, orientavam os alunos quanto às atribuições dos cargos executivo e legislativo em todas as esferas. Ao mesmo tempo vimos a sucateação do sistema público de ensino. Já era o "plano" para formar uma grande "massa de manobra", ou seja, uma grande massa de pessoas sem conscientização política, sem senso crítico. Com o fim da censura, toda aquela gama de músicas e programas de tv que tinham nas entrelinhas as alfinetadas contra o cenário político deram lugar aos funks, pagodes e forrós computadorizados com letras pífias e programas de tv que alienam as pessoas.
Juntando a isso tudo veio uma política pseudo-assistencialista, que dá esmolas em vez de vagas de emprego e está formado o grande elefante branco brasileiro: pessoas que não conseguem viver sem o toma lá dá cá, sem o vale refeição, bolsa família, pão "de graça", remédio "de graça", compra de votos a R$ 30,00 cada um, cargos comissionados sem direito a nada...
Isso não é algo que vai se reverter partindo dos próprios políticos, mas sim de nós mesmos. Se cada professor consciente explicar a política "limpa" nas escolas para seus alunos, mais e mais pessoas vão ter essa noção. Se cada cidadão consciente explicar isso na sua família, vamos, aos poucos, começar de novo a aprender a votar.